O vazamento do novo disco da cantora Beyoncé forçou a gravadora Columbia Records a adiar o lançamento oficial, anteriormente marcado para o dia 28 de junho, e até a cogitar su regravação. A cantora foi contra a segunda idéia. Em seu perfil no Facebook, ela lamentou que o disco tenha chegado aos ouvintes dessa forma, mas agradeceu os elogios que o trabalho tem recebido. E com razão.

A recepção entusiasmada vem desde a divulgação de Run The World (Girls), o primeiro single e videoclipe do álbum. É possível que o vazamento afete as vendas do disco, mas regravá-lo seria não apenas exaustivo, como ainda poderia estragar um bom conjunto de canções. 4 é uma obra coesa como Beyoncé Knowles, de 29 anos, não produzia desde 2006, quando lançou B’Day. Desde então, o seu sucesso se deveu mais a singles arrasa-quarteirão como Single Ladies (Put a Ring On It) e Halo.

Royal Flush - A chegada de 4 fez a agenda de lançamentos das cantoras pop parecer uma mesa de poquer. Desde Sale el Sol, de Shakira, lançado em dezembro do ano passado, passando por Born This Way, de Lady Gaga, Femme Fatale de Britney Spears e Loud, de Rihanna, cada uma delas apresentou as suas cartas.

Beyoncé veio com os naipes de sempre. A saber, voz impecável, melodias babosas, boas letras e convidados de peso. 4 é uma convenção de produtores e compositores respeitados de R&B, soul e hip hop. Seria retumbante caso fosse um fracasso, mas é uma empreitada de sucesso.

O disco abre com Run The World (Girls), uma canção autorreferente, de versos repetitivos ao estilo Single Ladies. Ao proclamar a B Revolution e chamar mulheres à luta como em um exército, ela exercita o carisma e demarca espaço. A partir daí, até Countdown e End of Time, músicas tão fortes quanto a primeira, há uma inflexão no ritmo.

Com I Care, I Miss You, Best Thing I Never Had You e Love on Top, a cantora se acomoda em baladas melosas, letras descaradamente românticas e refrões grudentos como “Eu te avisei que assim você me machucaria / e você não se importou / mas eu me importo, beibe”, de I Care, ou “Fere o meu orgulho te dizer como me sinto / Mas eu ainda preciso disso”, em I Miss You.

Em resumo, o disco tem três hits talhados para as pistas de dança e pelo menos quatro para tocar nas rádios à exaustão, embalando adolescentes chorosos e corações partidos. É o suficiente para ocupar espaço nas paradas até o final deste ano e garantir indicações nos principais prêmios de música de 2012. E, claro, dar por encerrada a disputa entre as divas.

Novos e velhos - Supervisionada pelo rapper Jay-Z, marido de Beyoncé, a produção de 4 reuniu nomes consagrados como Diane Warren, compositora americana que tem um punhado de sucessos na carreira como Because You Loved Me, interpretada por Celine Dion e Un-Break My Heart, de Toni Braxton, além de Kanye West, Andre 3000 (vocalista do grupo OutKast), o DJ Diplo, o produtor Tricky Stewart e Terius Nash, conhecido como The-Dream, autor de babas como Umbrella, de Rihanna, Baby, de Justin Bieber e Single Ladies, da própria Beyoncé. Isso garantiria pelo menos um disco bem produzido.

Ela deu um passo adiante ao dosar músicos, produtores e compositores expehttp://www.blogger.com/img/blank.gifrientes com expoentes de uma nova geração de rappers e cantores de R&B como Frank Ocean e Afrojack, codinome de Nick van de Wall, ambos com apenas 24 anos. A troca é boa para todo mundo. Os dois vão ter as carreiras impulsionadas pelo nome consagrado da cantora. Já Beyoncé, pegou deles duas das melhores canções do disco: I Miss You, de Ocean, e Run The Word (Girls), de Afrojack.

A volta da cantora às paradas será uma prova inconteste de que é possível manter uma carreira ancorada em bons produtores e autopromoção, mas nada supera a receita simples que alimenta a música pop: letra, música e talento.

Fonte: Link

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